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Lema: "A Unidade dá Força"
Hino nacional: Angola Avante!
    Repubilika ya Ngola (Kikongo, Kimbundo, umbundo e Tchókwe)

  • Gentílico: Angolano; Angolense

  • Capital: Luanda

  • Cidade mais populosa: Luanda

  • Línguas: Português, Quicongo, Chócue, Umbundo, Quimbundo, Ganguela e Cuanhama (também têm status de línguas nacionais)

  • Governo República presidencialista de partido dominante unitária

  •  Presidente: João Manuel Gonçalves Lourenço
  •  Vice-presidente Bornito de Sousa
  • Independência: 11 de novembro de 1975 

  • Área total: 1 246 700 km² (23.º)
  •  Água (%) pouca (em superfície)

  •  Fronteira: República do Congo, República Democrática do Congo, Zâmbia e Namíbia
  • População

  •  Estimativa para 2017 29 310 273[4] hab. (46.º)

  •  Densidade: 20,6 hab./km² 

  • Moeda: Kwanza (AOA)

  • Fuso horário: WAT (UTC+1): Verão (DST) n/a

  • Cód. Internet .ao

  • Cód. telef. +244

  • Website governamental: www.angola.gov.ao




Angola é um país da costa ocidental da África, cujo território principal é limitado a filho a nordeste pela República Democrática do Congo, a leste pela Zâmbia, a sul pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico. 
Inclui também o exclave de Cabinda, através do qual faz fronteira com a República do Congo, a norte. Para além dos vizinhos já mencionados, Angola é o país mais próximo da colónia britânica de Santa Helena.

Os portugueses estiveram presentes desde o século XV em alguns pontos do que é hoje o território de Angola, interagindo de diversas maneiras com os povos nativos, principalmente com aqueles que moravam no litoral. A delimitação do território apenas aconteceu no início do século XX. 
O primeiro europeu a chegar a Angola foi o explorador português Diogo Cão. Angola foi uma colónia portuguesa que apenas abrangeu o actual território do país no século XIX e a "ocupação efectiva", como determinado pela Conferência de Berlim em 1884, aconteceu apenas na década de 1920.

A independência do domínio português foi alcançada em 1975, depois de uma longa guerra de libertação. Após a independência, Angola foi palco de uma intensa guerra civil de 1975 a 2002, maioritariamente entre o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). 

O nome Angola é uma derivação portuguesa do termo banto n’gola, título dos reis do Reino do N'dongo existente na altura em que os portugueses se estabeleceram em Luanda, no século XVI. O termo tem raízes no termo ngolo que significa "força" em kimbundo e em kicongo, línguas dos povos ambundos e congos respectivamente. Quando os portugueses chegaram à região da província de Luanda, observaram que o monarca local, N'gola Kiluanje era assim denominado, passando a chamar o Reino N'gola-N'dongo com este título.



GEOGRAFIA

Angola situa-se na costa atlântica Sul da África Ocidental, entre a Namíbia e a República do Congo. Também faz fronteira com a República Democrática do Congo  a Zâmbia, a oriente. O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia chegando praticamente até Luanda, um planalto interior húmido, uma savana seca no interior sul e sudeste, e floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. 
A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação das chuvas curta, que vai de Fevereiro a Abril. Os Verões são quentes e secos, os Invernos são temperados. 

As terras altas do interior têm um clima suave com uma estação das chuvas de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca, mais fria, de Maio a Outubro. As altitudes variam bastante, encontrando-se as zonas mais interiores entre os 1 000 e os 2 000 metros. As regiões do norte e Cabinda têm chuvas ao longo de quase todo o ano. A maioria dos rios de Angola nasce no planalto do Bié, os principais são: o Cuanza, o Cuango, o Cuando, o Cubango e o Cunene.

  • Pontos extremos
Noroeste: ponto sem nome na fronteira com a República do Congo (a norte da localidade de Caio Bemba, província de Cabinda).
Norte e nordeste (sem contar com Cabinda): ponto na fronteira com a República Democrática do Congo a noroeste da localidade de Luvo, província do Zaire.
Este: secção de rio na fronteira com a Zâmbia (a norte da localidade de Sapeta na Zâmbia), província do Moxico.
Sul: ponto do rio Cunene na fronteira com a Namíbia (imediatamente a norte da localidade de Andara, Caprivi, Namíbia), província do Cuando Cubango.
Oeste: ilha dos Tigres, província do Namibe.
Oeste (continental): península a oeste de Tômbua (Porto Alexandre), província do Namibe.
Maior altitude: Morro de Moco (2 620 m) 12° 28' S 15° 11' E.
Menor altitude: Oceano Atlântico (0 m).

  • Clima
Angola, apesar de se localizar numa zona tropical, tem um clima que não é caracterizado para essa região, devido à confluência de três factores:
A Corrente de Benguela, fria, ao longo da parte sul da costa;
O relevo no interior;
Influência do Deserto do Namibe, a sudoeste.
Em consequência, o clima de Angola é caracterizado por duas estações: a das chuvas, de Outubro a Abril e a seca, conhecida por Cacimbo, de Maio a Agosto, mais seca, como o nome indica e com temperaturas mais baixas. Por outro lado, enquanto a orla costeira apresenta elevados índices de pluviosidade, que vão decrescendo de Norte para Sul e dos 800 mm para os 50 mm, com temperaturas médias anuais acima dos 23 °C, a zona do interior pode ser dividida em trêsCubango
Norte, com grande pluviosidade e temperaturas altas;
Planalto Central, com uma estação seca e temperaturas médias da ordem dos 19 °C;
Sul com amplitudes térmicas bastante acentuadas devido à proximidade do Deserto do Calaari e à influência de massas de ar tropical.

  • Demografia
A população de Angola em 2014, depois do primeiro censo pós-independência e dos resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação 2014, é de 25 789 024 habitantes, sendo 52 por cento do sexo feminino.

A população do país deverá crescer para mais de 47 milhões de pessoas em 2060, quase duplicando o censo de 24,3 milhões em 2014. O último censo oficial foi realizado em 1970 e mostrou que a população total era de 5,6 milhões habitantes.

A população é composta por 37% de ovimbundos (língua umbundu), 25% de ambundos (língua kimbundo), 13% de bakongo (língua kikongo) e 32% de outros grupos étnicos (como os tchókwe s, os ovambos, os vambunda e os tchindongas) como bem como cerca de 2% mestiços (mistura de europeus e africanos) e 1% de europeus. 
As etnias dos ambundos e ovimbundos formam, combinadas, a maioria da população (62%).
Estima-se que Angola recebeu pouco mais de doze mil refugiados e de cerca de três mil requerentes de asilo até o final de 2007. cerca de 11 mil desses refugiados eram originários da República Democrática do Congo (RDC, que chegaram em 1970.
 Em 2008, estimou-se que havia aproximadamente 400 mil trabalhadores migrantes da RDC, ao menos 30 mil portugueses e cerca de 259 mil chineses vivendo em Angola.

Desde 2003, mais de 400 mil imigrantes congoleses foram expulsos de Angola. Antes da independência, em 1975, Angola tinha uma comunidade lusitana de cerca de 350 mil pessoas; em 2013 existiam cerca de 200 mil portugueses são registados com os consulados. A população chinesa é de 258 920 pessoas, em sua maioria composta por migrantes temporário.

A taxa de fecundidade total do país é de 5,54 filhos por mulher (estimativas de 2012), a 11ª maior do mundo.

  • Línguas
Mapa etno-linguístico de Angola em 1970
O português é a língua oficial de Angola . Dentre as línguas africanas faladas no país, algumas têm o estatuto de língua nacional. Estas assim como as outras línguas africanas são faladas pelas respectivas etnias e têm dialectos correspondentes aos subgrupos étnicos.
 A língua étnica com mais falantes em Angola é o umbundo, falado pelos ovimbundos na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. É língua materna de cerca de um terço dos angolanos.
O kimbundo é a segunda língua étnica mais falada - por cerca da quarta parte da população, os ambundos que vivem na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Cuanza Sul. É uma língua com grande relevância, por ser a língua da capital e do antigo Reino do N'dongo. Foi esta língua que deu muitos vocábulos à língua portuguesa e vice-versa. 
O kikongo falado no norte, (Uíge e Zaire) tem diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Kongo, e com a migração pós-colonial dos congos para o Sul esta tem hoje uma presença significativa também em Luanda. Ainda nesta região, na província de Cabinda, fala-se o fiote ou ibinda.
 O tchokwe é a língua do leste, por excelência. Tem-se sobreposto a outras da zona leste e é, sem dúvida, a que teve maior expansão pelo território da actual Angola, desde a Lunda Norte ao Cuando-Cubango. 
O kwanyama ou oxikwanyama , nyaneca e sobre tudo o umbundo são outras línguas de origem banta faladas em Angola. 
No sul de Angola são ainda faladas outras línguas, algumas pertencentes ao grupo coissã, faladas por pequenos grupos de san, também chamados bosquímanos, outras faladas por pequenas etnias bantas.

Embora as línguas étnicas sejam as habitualmente faladas pela maioria da população, o português é a primeira língua de 40% da população angolana — proporção que se apresenta muito superior na capital do país —, enquanto cerca de 71% dos angolanos afirmam usá-la como primeira ou segunda língua. 

Seis línguas étnicas têm o estatuto oficial de "língua nacional": por ordem de importância numérica são o umbundo, o kimbundo, o Kikongo, o tchókwe, o ganguela e o kwanhama. 
Estas línguas ocupam um certo (limitado) espaço na comunicação social, em documentos (p.ex. avisos) exarados por entidades oficiais e na educação.

  • Subdivisões
Angola tem a sua divisão administrativa composta por 18 províncias (listadas abaixo). As províncias estão divididas em 164 municípios, que por sua vez se subdividem em comunas.
A divisão administrativa do território mais pequena é o bairro na cidade, enquanto que nos meios rurais é a povoação.

  • Cabinda
  • Zaire
  • Uíge
  • Luanda
  • Bengo
  • Cuanza Norte
  • Malanje
  • Lunda Norte
  • Cuanza Sul
  • Lunda Sul
  • Benguela
  • Huambo
  • Bié
  • Moxico
  • Namibe
  • Huíla
  • Cunene
  • Cuando Cubango
 
ECONOMIA

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, atrás apenas da Nigéria.
A economia de Angola caracterizava-se, até à década de 1970, por ser predominantemente agrícola, sendo o café sua principal cultura. Seguiam-se-lhe cana-de-açúcar, sisal, milho, óleo de coco e amendoim. Entre as culturas comerciais, destacavam-se o algodão, o tabaco e a borracha. A produção de batata, arroz, cacau e banana era relativamente importante. Os maiores rebanhos eram de gado bovino, caprino e suíno.
Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. 
As minas de diamante estão localizadas perto de Dundo, no distrito de Luanda. 

Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em 1966, ao largo de Cabinda, e mais tarde ao largo da costa até Luanda, tornando Angola num dos importantes países produtores de petróleo, com um desenvolvimento económico possibilitado e dominado por esta actividade. Em 1975 foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.

As principais indústrias do território são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e tabaco. 
Merece destaque, também, a produção de açúcar, cerveja, cimento e madeira, além do refino de petróleo. Entre as indústrias destacam-se as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. 

O parque fabril é alimentado por cinco usinas hidroeléctricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo.

O sistema ferroviário de Angola compõe-se de cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é a estrada de ferro de Benguela, que faz a conexão com as linhas de Catanga, na fronteira com o República Democrática do Congo. 

A rede rodoviária, em sua maioria constituída de estradas de segunda classe, liga as principais cidades. 
Os portos mais movimentados são os de Luanda, Lobito, Soyo, Namibe e Cabinda.
 O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contacto com outras cidades africanas, europeias e americanas.


CULTURA

A cultura angolana é por um lado tributária das etnias que se constituíram no país há séculos, principalmente os ovimbundos, ambundos, kongos, tchókwes e ovambo. 

Por outro lado, Portugal esteve presente na região de Luanda e mais tarde também em Benguela a partir do séculos XVI, ocupando o território correspondente à Angola de hoje durante o século XIX e mantendo o controle da região até 1975. Esta presença redundou em fortes influências culturais, a começar pela introdução da língua língua portuguesa e do cristianismo. 

Esta influência nota-se particularmente nas cidades onde hoje vive mais de metade da população. No lento processo de formação uma sociedade abrangente e coesa em Angola, que continua até hoje, registam-se por tudo isto "ingredientes" culturais muito diversos, em constelações que variam de região para região.

  • Literatura
A literatura de Angola nasceu antes da Independência de Angola em 1975, mas o projecto de uma ficção que conferisse ao homem africano o estatuto de soberania surge por volta de 1950 gerando o movimento Novos Intelectuais de Angola.

  • Dança
  • No país, a dança distingue diversos géneros, significados, formas e contextos, equilibrando a vertente recreativa com a sua condição de veículo de comunicação religiosa, curativa, ritual e mesmo de intervenção social. Não se restringindo ao âmbito tradicional e popular, manifesta-se igualmente através de linguagens académicas e contemporâneas. 

A presença constante da dança no quotidiano, é produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contacto da criança com os movimentos da mãe (às costas da qual é transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes celebrações sociais (os jovens são os que mais se envolvem), onde a dança se revela determinante enquanto factor de integração e preservação da identidade e do sentimento comunitário.

Depois de vários séculos de colonização portuguesa, Angola acabou por também sofrer misturas com outras culturas actualmente presentes no Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Com isto, Angola hoje destaca-se pelos mais diversos estilos musicais, tendo como principais: o Semba, o Kuduro, a Kizomba e a Rebita. Em 2014 foi inaugurada na província de Luanda, a Casa da Música de Talatona, um espaço de promoção e divulgação da música angolana, privilegiando o semba como forma de contribuir para a sua preservação, divulgação e perpetuação.

DESPORTO

O basquete é o esporte mais popular em Angola. Sua seleção nacional venceu o Afrobasket 11 vezes e detém o recorde de maior número de títulos. Como um time de ponta na África, é um concorrente regular nos Jogos Olímpicos de Verão e na Copa do Mundo da FIBA.
No futebol, Angola sediou a Copa das Nações Africanas de 2010. A seleção nacional qualificou-se para a Copa do Mundo FIFA de 2006, em sua primeira aparição na fase final de uma Copa do Mundo. Eles foram eliminados após uma derrota e dois empates na fase de grupos. Ganharam três Copas COSAFA e foram para a final da Campeonato das Nações Africanas de 2011.
O país também apareceu nos Jogos Olímpicos de Verão durante sete anos e ambos competem regularmente e uma vez já sediou a Copa do Mundo de Hóquei em Patins FIRS, onde o melhor resultado é o sexto. Acredita-se também que Angola tenha raízes históricas na arte marcial "Capoeira Angola" e "Batuque", praticada por angolanos africanos escravizados transportados como parte do comércio atlântico de escravos.

Festas
Algumas das festas típicas de Angola são:
Festas do Mar: Estas festas tradicionais designadas por Festas do Mar, têm lugar na cidade do Namibe. Estas festas provêm de antiga tradição com carácter cultural, recreativo e desportivo. Habitualmente realizam-se na época de verão e é habitual terem exposições de produtos relacionados com a agricultura, pescas, construção civil, petróleos e agro-pecuária;
Carnaval: O desfile principal realiza-se na avenida da marginal de Luanda. Vários corsos carnavalescos, corsos alegóricos desfilam numa das principais avenidas de Luanda e de Benguela;
Festas das frutas: realizadas entre o verão e início do outono, simbolizam a alegria de uma lavoura farta na época da colheita. O enfoque da festa muda de acordo com a região, ex.: Festa da Uva ao noroeste, Festa. Da Manjuba Roxa ao sul;
Festas da Nossa Senhora de Muxima: O santuário da Muxima está localizado no Município da Quissama, Província do Bengo e durante todo o ano recebe milhares de fiéis. É uma festa muito popular que se realiza todos os anos e que inevitavelmente atrai inúmeros turistas, pelas suas características religiosas.
Em 2014, Angola retomou a realização do Festival Nacional de Cultura (FENACULT), após 25 anos de interregno. O festival decorreu em todas as capitais provinciais do país entre 30 de Agosto e 20 de Setembro e teve como tema "A Cultura como Factor de Paz e Desenvolvimento".​